quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Uso da Plasticultura no Abacaxi

 Uso da Plasticultura no Abacaxi

A técnica, que nada mais é do que o cultivo protegido por plástico é uma boa alternativa para que pequenos produtores tenham ganhos significativos ao final da safra. A técnica é capaz de aumentar em até 30% a produtividade dos pomares e ainda reduzir os custos em até 50% com energia elétrica, água e período de irrigação. 

O uso da plasticultura na agricultura possibilita o plantio de quase todas as culturas nas mais diversas regiões e condições de solo e clima do país. Para a abacaxicultura, o plástico permite uma antecipação de colheita, pois as plantas ao sofrerem menor estresse hídrico, desenvolvem-se mais rapidamente, atua também na redução de concorrência das plantas invasoras diminuindo os custos com herbicidas e até mesmo inseticidas.

O gasto extra poderá ser de até R$ 3.000,00 por hectare, que poderá ser facilmente pago com a renda extra obtida, pela colheita em período de entressafra e os menores custos de defensivos agrícolas. Com a precocidade de produção o produtor poderá comercializar seus frutos com preços melhores, gerando renda adicional.

1INTRODUÇÃO GERAL

O crescimento populacional representa um grande desafio paraas práticas agrícolas eficientes e sustentáveis. Não obstante ao aumento da demanda por alimentos,cresce também a pressão sobre os recursos naturais. Utilizar coberturas sobre a superfície do solo pode ser uma opção para aumentar a eficiência tanto do uso de recursos naturais cada vez mais escassos, como uma possibilidade de melhorar a produtividade e a qualidade das colheitas.

Essa técnica, conhecida também como mulching,utiliza diversos materiais para cobrir a superfície do solo. Quanto à origem, podem ser classificados em orgânicos ou inorgânicos,como os plásticos. Enquanto os materiais orgânicos representam opções debaixo custo, principalmente por possibilitar o uso de resíduos produzidos nas propriedades rurais, as coberturas plásticas apresentam alternativas para modificar o microclima de cultivo.

Nesse sentido, as coberturas plásticas somam benefícios que podem contribuir para o desenvolvimento das culturas e aumentar sua produtividade. Elas diminuem aevaporação do solo;  diminuem o consumo de água da cultura  controlam eficientemente a maioria das plantas infestantes aumentam a absorção  e a eficiência do uso de nutrientes podem repelir insetos-pragas podem diminuir a incidência precoce de doenças causadas por vírus podem reduzir doenças desolo e melhorar a sua agregação podendo proporcionar aumento na atividade microbiana e favorecer o crescimento de raízes.

Quando utilizadas colorações distintas, benefícios adicionais podem ser conseguidos, a depender das condições climáticas e da cultura. Além do efeito térmico, as coberturas plásticas coloridas alteram a quantidade e a qualidade da luz refletida e, de acordo comas propriedades ópticas características de cada material é possível melhorar o microambiente de luz e potencializar a fotossíntese, favorecendo o crescimento e desenvolvimento da cultura Com isso, pode-se ainda regular os processos fisiológicos da planta e atua rna sua partição fotossintética contribuindo também para o desenvolvimento dos frutos.

Assim, várias colorações têm sido testadas,cada uma com suas vantagens e desvantagens. Em regiões de climas moderados, a preta pode ser uma opção para estender a estação de cultivo devido à sua alta capacidade de absorver radiação solar e retransmiti-la ao solo como energia térmica ou radiação de onda longa. Por ter sido introduzida desde a década de 50 é uma das cores mais utilizadas. A branca ou preta/branca proporciona maior controle térmico do solo, principalmente sob alta incidência de radiação solar,além de aumentar a intensidade luminosa próximo ao dossel da planta. Podendo ser então uma opção para locais com temperaturas mais elevadas bem como uma alternativa para melhorar o micro ambiente de luz e potencializar a fotossíntese contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da planta A prata ou preta/prata possui características ópticas intermediárias. Também tem sido utilizada como medida para auxiliar no controle de alguns insetos-praga devido ao seu efeito dissuasivo e por diminuir a incidência precoce de doenças causadas por vírus Já a vermelha também é utilizada em algumas culturas por promover maior produtividade e qualidade nas colheitas 

Contudo, a intensidade das modificações feitas pelas colorações plásticas no microclima de cultivo está associada a fatores climáticos do local ou época de cultivo; Então, pesquisas descrevem respostas distintas de várias culturas às colorações plásticas em diferentes locais e épocas, tanto para fatores de crescimento; como para produtividade.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Ponto certo da colheita do café

Ponto certo da colheita do café 

Não só a condução e os tratos culturais são importantes na cultura do café. A colheita é fator primordial para se chegar à fase de preparo do café para venda com ganhos em qualidade e produtividade. Deve-se ficar atento ao momento certo de se iniciar a colheita e de terminá-la. São várias as maneiras de se colher o café, dependo da região, inclinação dos terrenos e disponibilidade de tecnologia. Este pode ser considerado um dos momentos-chave para se ter sucesso na cultura.

 Início e término da colheita

 Na cultura do café, um dos inconvenientes é a ocorrência desigual da maturação dos frutos. O ideal é que se inicie a colheita quando restarem apenas 5% de frutos verdes, podendo chegar ao limite de 20%. Quantidades grandes de frutos verdes na colheita do café ocasionam perdas na classificação por tipo, qualidade da bebida, desgaste da planta e valor do produto.

 Quanto mais altitude e menor temperatura, mais demorada é a maturação dos frutos do café. Nas regiões do centro ao sul do país, as colheitas se iniciam em março/abril e se enceram em setembro, quando se inicia a floração nestas regiões. Já do centro do país para o norte, como no Estado da Bahia, a colheita se inicia em setembro.

Cuidados na pré-colheita

As plantas de café devem ser bem nutridas para que deem origem ao máximo de frutos cereja, perfeitos e cheios, para serem colhidos. No entanto, a má nutrição leva à produção de frutos imperfeitos, além de facilitar a entrada de doenças e pragas, que causam injúrias e imperfeições nos frutos. Deve-se ter cuidado com a entrada das pragas e doenças, já citadas anteriormente, por meio do monitoramento e da prevenção, em áreas com problemas fitossanitários.

 Antes do início da colheita, deve-se atentar para os cuidados com:

-Pessoal qualificado e equipado para as operações;

-Máquinas e equipamentos revisados, com bom funcionamento;

-Panos, rastelos, sacarias, peneiras e outros materiais disponíveis;

-Terreiros, secadores, lavadores e tulhas, limpos e revisados.

A arruação consiste em uma operação em que se retiram os restos vegetais, que ficam no chão, abaixo da saia da planta do café. Isso é feito com rastelos, sopradores  e outros equipamentos para deixar o pé da planta limpo para se fazer a colheita. Entretanto, deve-se ter o cuidado para não retirar terra demais danificando as raízes da planta. Essa prática facilita a colheita no chão, melhorando a qualidade dos grãos colhidos.

FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DO CAFÉ

As características físicas e a composição química do café são influenciadas por fatores de naturezas diversas, destacando- se entre eles os fatores genéticos, ambientais, nutricionais, manejo da lavoura, colheita, preparo, etc. À exceção dos genéticos e ambientais, os demais fatores podem ser controlados após a implantação da lavoura, não só no manejo (boas práticas agronômicas), quando todo esforço é empregado na obtenção do máximo em qualidade, quanto na fase de colheita e preparo do café, em que se busca a preservação da qualidade obtida.

Padronização da lavoura para a melhoria da qualidade

O princípio básico a ser aplicado na implantação e condução da lavoura cafe-eira é o de que a matéria-prima para um café de qualidade é constituída por frutos cerejas sadios e graúdos e que estes ocorrem em ramos vigorosos. Com o passar dos anos, as altas cargas, os fatores adversos (secas, pragas, doenças), o fechamento e mesmo a própria idade da lavoura somam-se, resultando na acentuação da bienalidade, finalizando em declínio.

As técnicas de manejo, visando os objetivos citados, devem ser aplicadas desde o início, a partir da implantação do cafezal, o que requer planejamento, a começar pela escolha da variedade mais adequada às condições de clima e solo de cada região, combinando os espaçamentos mais compatíveis com o manejo que se pretende adotar, levando-se em conta a disponibilidade dos recursos requeridos.



Monitoramento da lavoura de Café

 Monitoramento da lavoura de Café

A análise de folha auxilia no monitoramento das necessidades da cultura ao longo do crescimento. Análises sazonais, conduzidas no mesmo estágio de crescimento, ajudam o produtor a ter uma melhor visão sobre o estado nutricional e as necessidades, destacando onde são necessários ajustes dentro do programa de adubação.

A análise de folha também deve ser usada para diagnosticar ou confirmar deficiências nutricionais, particularmente onde os sintomas visuais são confusos, não visíveis, ou onde ocorrem múltiplas deficiências nutricionais.

É importante assegurar que as análises foliares sejam norteadas por procedimentos padronizados. A fase de pré-florescimento é a mais indicada para amostragem, porém análises mais frequentes são desejáveis para averiguação e ajuste de nutrientes durante períodos de crescimento ativo. Na prática, o terceiro e quarto pares de folha a partir do ápice em um galho primário ativo de plantas produtivas, são mais comumente amostradas. As amostras devem ser formadas por aproximadamente 100 folhas selecionadas aleatoriamente de 40 plantas dentro talhões homogêneos de 2 a 4 ha. 

A implantação de uma lavoura é uma das fases mais importantes para o sucesso de uma propriedade cafeeira. As consequências das decisões tomadas nesse momento poderão ser observadas e sentidas ao longo do período de condução da cultura. 

Se as decisões forem analisadas criteriosamente e planejadas, podem repercutir por todo estabelecimento da cultura naquela área, garantindo ou não a obtenção de altas produtividades, cafés com melhor qualidade de bebida, plantas vigorosas, diminuição no custo de produção, baixo impacto ambiental e facilidade de manejo. Já decisões erradas podem trazer prejuízos significativos ao produtor e também ao meio ambiente


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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Cultivo da Pimenta Malagueta

 Cultivo da Pimenta Malagueta

• Cultivar de pimenta de sabor picante, muito consumida no Brasil.

• Início de colheita aproximadamente aos 50 dias após o transplante, permitindo muitas colheitas, dependendo principalmente das condições de cultivo.

• Planta arbustiva, bastante rústica e produtiva.

• Produz frutos de formato cônico-alongado, com comprimento médio de 7 cm e diâmetro de 1 cm, coloração verde que fica vermelha intensa quando maduros.

• Boa adaptação às diversas regiões de cultivo no Brasil.

As pimentas do gênero Capsicum fazem parte da riqueza cultural brasileira e do valioso patrimônio genético de nossa biodiversidade. São cultivadas em todo o território brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até Roraima, com uma rica variação de tamanhos, cores, sabores e, é claro, pungência, picância ou ardume, marca registrada das pimentas. Algumas espécies são originárias do Brasil, o que aumenta a nossa responsabilidade de preservá-las para as gerações futuras.

Malagueta, dedo-de-moça, americana, chapéu-de-bispo, cumari-amarela, de-bode, de-cheiro, tabasco, murupi e biquinho são apenas algumas das muitas denominações de pimentas cultivadas no Brasil, todas parentes muito próximas dos pimentões.

O agronegócio das pimentas é muito mais relevante do que se imagina, e envolve diferentes segmentos, desde as pequenas plantações e fábricas artesanais caseiras de conservas até a exportação de páprica por empresas multinacionais que competem no mercado internacional de especiarias e temperos.

Nos últimos anos, as pimentas têm ganho espaço cada vez maior na mídia, por sua versatilidade culinária, industrial, ornamental e também por suas propriedades medicinais.

A Embrapa Hortaliças vem estudando as pimentas e pimentões há vinte e oito anos, já tendo lançado diversas inovações técnicas, cultivares e publicações relevantes relativas a essas espécies de plantas. Este livro, ricamente ilustrado para destacar a beleza das pimentas, é mais um produto a enriquecer o acervo da instituição, posto à disposição de quantos se dedicam ou se interessam pelo tema.

A obra, em quinze capítulos, reúne informações gerais sobre as pimentas do gênero Capsicum que ocorrem e são cultivadas no Brasil e sobre os diversos segmentos do sistema produtivo desta hortaliça. Foi elaborada por uma equipe de pesquisadores com vasta experiência em pesquisa e extensão rural, o que o credencia a ser um marco e fonte de referência para produtores, estudantes, professores, extensionistas, pesquisadores e curiosos ou outros estudiosos.


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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Cozinha Mineira: Costelinha, angu e ora-pro-nobis

 Cozinha Mineira: Costelinha, angu e ora-pro-nobis

Receitas de Minas Gerais que vão te deixar com água na boca

A culinária de Minas Gerais talvez seja a que concentra a maior diversidade de pratos no Brasil, pois em cada região do estado há uma comida típica diferente, com ingredientes encontrados com fartura no meio rural. Há duas iguarias oferecidas nas mesas de todas as casas mineiras, principalmente no interior: o feijão tropeiro (prato típico das cozinhas paulista e mineira) e o angu (típico do Brasil).

Importante destacar que a culinária mineira traz elementos que apontam para a diversidade local iniciada, ainda, com o primeiro adentramento dos exploradores de ouro. Portugueses, negros e índios passaram a compartilhar hábitos e ingredientes, até então singulares, que, ao longo do tempo, enraizaram uma cultura gastronômica única e que valorizava, cada vez mais, o regionalismo.

A partir do século XVIII, a visibilidade da região de Minas Gerais passou a deixar marcas na culinária nacional. Os variados e criativos usos de ingredientes como a mandioca e seus derivados, o milho, o leite, os tubérculos e folhagens, bem como as carnes de porco e boi, fazem partes de receitas passadas de geração à geração e que adentraram o século XIX e chegaram à nossa contemporaneidade. A proximidade de regiões (Goiás, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro) com tradições gastronômicas peculiares apenas reforçaram os sabores da culinária mineira, tornando-a uma referência histórica que funde hábitos e ingredientes europeus, indígenas e africanos.


Ingredientes

800g de costelinha

1 colher de óleo

1 colher de colorau

1 colher de tempero batido com cebola e alho

400g de de ora-pro-nóbis

1 kg de fubá (para fazer o angu)

Modo de preparo

Unte a panela com óleo e refogue o tempero de alho e cebola com um pouco de colorau, junte a costelinha já picada e cubra com água. Deixe cozinhar por uns 30 minutos até ficar macia. Prepare o angu e deixe cozinhar bem. Lave o ora-pro-nóbis, misture na costelinha já cozida, deixe ferver por mais alguns minutos e sirva com angu.


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terça-feira, 5 de outubro de 2021

Biscoito de farinha de trigo e fubá

 Biscoito de farinha de trigo e fubá

Uma receita do interior de minas, o potencial Gastronômico, Turístico e Cultural da região do Circuito Turístico Veredas do Paraopeba, segue a. Receita preparada pela Mestra Ilda Rabelo: Biscoito Doce de Fubá e Farinha assado em forno a lenha, município de ITAGUARA - MG

A culinária de Minas Gerais talvez seja a que concentra a maior diversidade de pratos no Brasil, pois em cada região do estado há uma comida típica diferente, com ingredientes encontrados com fartura no meio rural. Há duas iguarias oferecidas nas mesas de todas as casas mineiras, principalmente no interior: o feijão tropeiro (prato típico das cozinhas paulista e mineira) e o angu (típico do Brasil).

Importante destacar que a culinária mineira traz elementos que apontam para a diversidade local iniciada, ainda, com o primeiro adentramento dos exploradores de ouro. Portugueses, negros e índios passaram a compartilhar hábitos e ingredientes, até então singulares, que, ao longo do tempo, enraizaram uma cultura gastronômica única e que valorizava, cada vez mais, o regionalismo.

A partir do século XVIII, a visibilidade da região de Minas Gerais passou a deixar marcas na culinária nacional. Os variados e criativos usos de ingredientes como a mandioca e seus derivados, o milho, o leite, os tubérculos e folhagens, bem como as carnes de porco e boi, fazem partes de receitas passadas de geração à geração e que adentraram o século XIX e chegaram à nossa contemporaneidade. A proximidade de regiões (Goiás, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro) com tradições gastronômicas peculiares apenas reforçaram os sabores da culinária mineira, tornando-a uma referência histórica que funde hábitos e ingredientes europeus, indígenas e africanos.

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Hortaliças embaladas, maior lucro

 Hortaliças embaladas, maior lucro

Em Minas Gerais, produtores de legumes e hortaliças estão adotando uma estratégia que ajuda a evitar as perdas na agricultura e ainda aumenta  a margem de lucro. Eles embalam suas verduras e legumes em bandejas de isopor ou PET, envoltas com filme PVC. Além de melhorar o rendimento das propriedades, a prática, orientada por extensionistas da Emater-MG, agrada também ao comércio, que pode ampliar o tempo de exposição das mercadorias, e aos consumidores, pela facilidade na compra.

O extensionista local da Emater-MG em Jaboticatubas, Osmar José da Silva, conta que os produtores familiares da região adotaram a prática iniciada por Takazuki Esaki, um grande produtor que foi pioneiro na embalagem de hortaliças. “A Emater-MG adaptou a tecnologia para os pequenos produtores e incentiva a organização em grupos de produção”, explica Osmar.

O trabalho da Emater-MG junto aos produtores resultou na criação do Barracão do Produtor, local próprio para a classificação e embalagem conjunta. Entre os produtos embalados no barracão estão pepino japonês, tomate cereja, tomate, brocólis, couve-flor, ervilha e pimentão, abóbora menina, brócolis, couve-flor, quiabo, nabo, rabanete, vagem, ervilha, pimenta e até cana-de-açúcar, pronta para o consumo. O processo de embalagem é realizado de duas a três vezes por semana. Depois, as bandejas são transportadas para a Ceasa, em Contagem, onde são comercializados 95% dos produtos. O restante é vendido no comércio local.

De acordo com o produtor Júlio Esaki, filho de Takasuki, a embalagem ajuda a preservar a qualidade. “O grande vilão, hoje, dos hortifrutigranjeiros é a perda do produto, por danos no transporte. Se estão protegidos, isso não acontece”, diz. “ A vantagem não é só para o produtor, mas para o comerciante que evita perda de produtos e também para o consumidor, que compra somente a quantidade que vai necessitar, evitando o desperdício”, argumenta.

Frutas e hortaliças minimamente processadas são, em essência, vegetais que passaram por alterações físicas, isto é, foram descascados, picados, torneados e ralados, dentre outros processos, mas mantidos no estado fresco e metabolicamente ativos.

A tecnologia de processamento mínimo de frutas e hortaliças tem experimentado significativo incremento nos últimos anos. No Brasil, desde o início das pesquisas com frutas e hortaliças minimamente processadas, na década de 90, houve avanço expressivo no domínio dos diferentes processos associados a esse segmento da agroindústria. Tal avanço foi possível graças ao empenho de diferentes grupos de pesquisa e desenvolvimento, que, não obstante as sucessivas crises pelas quais tem passado o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, não mediram esforços na busca de soluções para os diversos entraves vividos pelo setor produtivo, o que gerou um número expressivo de projetos, publicações, palestras, seminários, treinamentos, teses e dissertações de cursos de pós-graduação sobre o assunto.

Apesar de todas as conquistas obtidas nesses últimos anos, não há dúvida de que muito ainda precisa ser feito. Entraves tecnológicos como o escurecimento enzimático de folhosas e tubérculos e o esbranquiçamento de algumas raízes, a inadequação de filmes de plástico ou mesmo de combinações de gases para o acondicionamento de frutas e hortaliças, a existência de agroindústrias operando sem o mínimo de condições higiênicas, o desconhecimento tanto por parte de processadores quanto de supermercadistas da importância da manutenção da cadeia do frio e o desenvolvimento de novos produtos e ferramentas de comercialização são desafios que ainda estão por ser vencidos pelos diversos atores envolvidos com a atividade de processamento mínimo de frutas e hortaliças no Brasil.

Um panorama sobre a tecnologia de processamento mínimo de frutas e hortaliças é apresentado a seguir, enfocando alguns dos principais tópicos desse processo, bem como a realidade das agroindústrias nacionais e as possíveis soluções que estão sendo avaliadas para os problemas existentes. Salienta-se que muitos dos tópicos abordados neste capítulo serão discutidos de maneira mais ampla e completa nos demais capítulos deste livro.