Cultivo do Amendoim
O amendoim é um produto cultivado em várias regiões fisiográficas do País. Nos últimos 5 anos, a produção vem crescendo gradativamente, estimando-se 800 mil toneladas ao ano.
Esse incremento na produção refletiu ganhos consistentes em produtividade obtidos em safras anteriores, devidos principalmente à adoção de cultivares mais produtivas, entre outras tecnologias. Essa mudança permitiu, inclusive, a exploração do mercado externo, após 20 anos de interrupção das exportações de volumes significativos de amendoim (em vagem e descascado).
A maior eficiência do processo produtivo implica tanto na redução dos custos quanto no controle de pragas e doenças, resultando em maiores produtividades. Neste livro, as perguntas selecionadas incluem os questionamentos mais frequentes de agricultores, estudantes, técnicos e demais clientes interessados no agronegócio do amendoim.
No entanto, a qualidade do produto tem sido o maior desafio de sua cadeia produtiva, para atender às exigências dos mercados interno e externo. Assim, informações mais detalhadas sobre nutrição, propriedades bioquímicas, agroenergia e segurança alimentar também foram contempladas nesta obra, visando agregar conhecimentos fundamentais para esclarecer aspectos determinantes do consumo do amendoim e de seus derivados.
Para atender aos interesses mais diversos relacionados à cultura do amendoim – e à demanda por informação atualizada – esta publicação reuniu autores e colaboradores de diferentes áreas do conhecimento e instituições, oferecendo ao leitor uma visão abrangente dessa cultura extremamente versátil.
No Brasil, a cultura do amendoim já foi uma das mais expressivas no mercado nacional de oleaginosas, gerando divisas tanto pelo abastecimento interno de óleo vegetal quanto pela exportação de subprodutos. Contudo, a partir da década de 1980, houve forte reversão no agronegócio dessa cultura, decorrente de vários fatores, especialmente de ordem tecnológica e de mercado, que levaram à redução na área de cultivo e na participação do produto na balança comercial.
Diante dessas transformações, o amendoim passou a ser cultivado, visando, principalmente, atender ao mercado interno de grãos in natura e à indústria de alimentos. Para mudar esse cenário, foram necessários vários ajustes nos processos que limitavam o crescimento da cadeia produtiva dessa cultura, sendo os mais expressivos:
• A adoção de sistemas de produção tecnificados.
• A redução dos custos de produção agrícola.
• Adoção de novas cultivares e alto investimento na qualidade do produto, de modo a retomar a confiabilidade das indústrias de alimentos e do mercado internacional.
Atualmente, o mercado de amendoim expandiu-se nos segmentos in natura e de confeitaria. Com as novas demandas que surgem com a agroenergia, abre-se mais um nicho de oportunidades para o emergente mercado de biodesel.
No entanto, a melhoria do processo produtivo, ocorrida nos últimos anos, gera novos desafios, que demandam conhecimentos atualizados em diversos aspectos. Este livro fornece aos leitores informações relevantes sobre ciência e tecnologia, reunidas de maneira a propiciar uma leitura agradável e acessível.
O fator climático mais importante para o crescimento da planta e o desenvolvimento do amendoim é a temperatura. Por sua vez, tanto o florescimento quanto a maturação e o crescimento dos frutos estão diretamente ligados à temperatura.
O amendoinzeiro tem metabolismo fotossintético do tipo C3 eapresenta taxa fotossintética líquida máxima a 30 oC. A máxima taxa de produção de matéria seca, ou produtividade da cultura, é de 19,6 g/m².dia. A velocidade de germinação atinge níveis máximos sob temperaturas entre 32 oC e 34 oC.
No entanto, em temperaturas inferiores a 18 oC, o poder germinativo é bastante reduzido e a velocidade do processo germinativo cai proporcionalmente com a redução da temperatura.
A fase vegetativa da planta é prolongada em temperaturas abaixo do ótimo, adiando o início da floração. Contudo, o período entre germinação e florescimento é determinado não apenas pela temperatura, mas também pelo genótipo.
A demanda de água durante o ciclo varia, sendo maior na fase de enchimento das vagens. Geralmente, o consumo de água varia de 665 mm para variedades de ciclo longo a 490 mm para as de ciclo curto.
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