Como produzir Alho livre de vírus
A cultura do alho tem grande impacto social, gerando quatro empregos diretos e quatro indiretos na cadeia produtiva por hectare plantado. Mais de 60% da produção nacional de alho se dá em propriedades de base familiar. Com a redução da área plantada, a partir de 2004, para uma média de 8 mil hectares, houve uma perda estimada de 24 mil postos diretos. O Brasil importou, em 2008, um volume equivalente à produção de 15 mil hectares, correspondendo a 130 mil empregos fora do Brasil. Há uma correlação negativa significativa entre a importação de alho e a área plantada no Brasil no ano seguinte. O produtor de alho brasileiro tem condições de atender a esta demanda. Mesmo em crise, o setor registrou aumento da produtividade de 2,3 t/ha, em 1961, para 9 t/ha, em 2008, resultado da competência tecnológica do produtor brasileiro. A articulação entre o Estado (através de políticas públicas), os produtores (pela melhoria da qualidade do produto) e a pesquisa (pela viabilização de novas tecnologias) podem estimular a produção e o consumo interno e atender nichos de mercado no exterior. Nesse campo, um trabalho de pesquisa iniciado na Embrapa, em 1992, em estreita colaboração com a Universidade de Brasília, alcançou um resultado que pode modificar esse cenário. Foi desenvolvida a tecnologia de limpeza de vírus em alho. Em sequência, foi validado um sistema de produção baseado nessa semente. Apenas com a substituição da semente, foi possível dobrar a produção e, concomitantemente, melhorar a qualidade dos bulbos produzidos. A tecnologia de alho livre de vírus apresenta-se, neste momento, como a tecnologia capaz de causar o maior impacto positivo no sistema produtivo de alho em um horizonte de 15 anos.
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